Nathaniel
Típico de Noah Carter querer ferrar com a minha vida mesmo depois de morto. Ele simplesmente decidiu partir para outra vida e me deixou de mãos atadas atrás das costas. Um maldito ano para encontrar uma esposa, a primeira cláusula em seu testamento para que eu recebesse a minha parte da herança. A porra de 1 ano para me casar a partir da leitura do testamento, era me isso ou abdicar dos meus 70% na Carter enterprise. Eu contava cada maldito segundo em completa agonia, procurando formas de anular seu testamento, mas o velho era esperto. Ele sempre jogou na minha cara que o amor não acabou quando fui traído e eu deveria dar uma outra chance se não ele chutaria minha bunda para fora da empresa, e não é que o velho era um homem de palavras. Um romântico incurável, esse era Noah Carter, entrando e saindo de relacionamentos, procurando pelo seu perfeito conto de fadas e mesmo depois de tantas desilusões, ele não perdeu a esperança. Bom, nem todos somos tão sonhadores. Entretanto, houve uma época em que eu já fui como ele, uma alma cheia de amor para dar até ver meu amor sendo esmagado e desfeito em pó. Não importa o quão desesperado eu esteja para salvar meu pescoço, eu não sairia por aí me casando com qualquer foda casual minha, e essa seletividade minha estava me deixando sem tempo. Volto a encher meu copo com uísque e continuo observando as chams da lareira crepitando o silêncio e a escuridão presente sendo minha única companhia. Quem diria que eu Nathaniel Carter, um home bem sucedido de 30 anos estaria acordada em plena madrugada de uma segunda feira, me martelando sobre como achar a esposa perfeita. Sou tirado de meus devaneios pelo toque de meu celular, me pergunto quem em sã consciência estaria me ligando as 3 da madrugada, tento ignorar o toque pós minha cabeça parece estar prestes a explodir, viro todo o resto remanescente da bebida e atendo a ligação seco e sem ânimo para aturar Alex. — O que você quer? — Sou direto e ouço ele resmungar do outro lado da linha. — Nossa, isso são maneiras de falar com seu primo querido? — Alex você sabe que horas são ? — 3 da madrugada á hora mais negra. Eu saberia que um ser das trevas como você estaria acordado. — Se não tem nada de importante a dizer eu vou desligar! — digo em tom de aviso e aperto a parte superior do meu nariz com o polegar e o indicador. — Vou falar só porque você pediu com carinho. Já arranjei a solução para o seu problema não precisa me agradecer! Deixo o copo de bebida sobre a mesa e me levanto sentindo minha cabeça latejar, eu realmente preciso descansar e abrandar na bebida, se eu continuar assim, sou capaz de morrer mais cedo do que o planejado. — De que problema você está falando? — Encontrei a mulher certa para ser sua esposa, e não adianta negar, o relógio está contando. Seguro a parede após um breve estado de desequilíbrio, sacudo a cabeça e encaro a tela do celular enquanto os segundos correm. Mas que merda ele andou fumando agora? — E quem seria essa mulher? — Respiro fundo realmente cogitando a ideia de saber mais um pouco sobre o que ele está falando. Em condições normais eu não daria ouvidos a qualquer coisa que saia da boca do Alex fora do expediente de trabalho, ele e seu grupo de amizades não são lá o exemplo de pessoas confiáveis. — Amanhã você verá ela, te juro que essa é a mulher perfeita! — Deixo escapar uma fungada nasal e me perguntou qual será a definição de mulher perfeita para ele. — Hoje, correção, achei que ainda fosse ontem. — Por favor Alex não estrague meu dia mais do que você já estragou.— Suspiro extremamente cansado somente ansiando pela minha cama. — Alguma vez eu já te desapontei? — Pensarei no se caso assim que eu conhecer á mulher. Desligo o celular e me dirijo ao meu quarto, eu realmente bati no fundo do posso, estou desesperado ao ponto de aceitar conhecer uma mulher escolhida pelo meu primo, espero que Noah Carter esteja se remoendo em seu túmulo. Na manhã seguinte acordo e sigo a mesma rotina, perfeita e cronometrada, sem interrupções e sigo pro trabalho, amo meu trabalho mais que qualquer coisa no mundo, e simplesmente não posso aceitar perder tudo isso, por causa de caprichos mesquinhos de um homem morto. Os músculos todos do meu corpo pareciam estar a um estalo de sucumbirem ao cansaço, já não me lembrava qual foi a última vez que eu realmente segui a minha rotina e tive uma boa noite de sono. E as noites mal dormidas tinham repercussões não muito boas. Enxaquecas, dores musculares, stress, falta de concentração e por aí á diante. Desligo o computador e me reencosto na cadeira, jogo a cabeça para trás e pouso minha mão nela. O centro de Seattle é bem agitado, o barulho e o trânsito logo pela manhã me deixa louco mas aqui do meu escritório é tudo tão diferente, á cidade daqui parece pacífica, serena tudo o que minha vida não possui neste momento. — Mande uns beijos para eles por mim Marianne. — Aperto os olhos e nem me dou ao trabalho de olhar para o homem que parece estar transbordando alegria tão cedo. — Bom saber que um de nós está animado nesta manhã. — Falo encarando o teto e finalmente ajeito minha postura para encontrá-lo sozinho. —Cadê a mulher misteriosa? — Ela possui um pequeno problema com pontualidade. — Assim que ele refere isso, adiciono um ponto negativo a minha lista, passo a mão no cabelo, fecho os olhos e conto internamente até 3 — Deve estar chegando a qualquer momento.... Ah aqui está ela. Uma fragrância doce invade minhas narinas lançando arrepios da minha espinha até a minha alma, uma fragrância doce e suave igual flores frescas na primavera, um aroma que está marcado em minha vida, tão familiar quanto a última vez que senti, no funeral do meu pai. Abro os olhos e me deparo com duas esferas castanhas cor de mel, grandes e expressivos, um olhar tão belo e angelical quanto a dona, porém uma garota igual ela deveria usar um sinal de aviso, escrito perigo. É impressão minha ou Alexa continua mais bonita do que antes, ela veste um vestido branco longo e florido, uns saltos médios bem fofos, brincos de pérolas, um colar simples e seu cabelo solto e ondulado quase tocando sua cintura. A forma que ela olha para mim me faz lembrar que as coisas não correram muito bem para nós no passado, e ela gritou para todo mundo que me odeia, mas eu não á odeio e até sinto muito pela forma que agi mas ela era uma garota petulante que não sabia quando desistir. Alexa é regida pela lei de Murphy e eu não preciso de seu caos em minha vida. — Você está deslumbrante Monnalisa. — Observo meu primo abraçar ela, porém ela nem esconde se descontentamento em me ver. E aquele ódio e fúria em seus olhos até que são necessários, assim ela não precisa se machucar mais, se todo sentimento que ela nutrir por mim for ódio. — Seja bem vinda senhorita Oliver? — cumprimento cordial e ela revira os olhos e encara Alex como se estivesse esperando alguma explicação. — Nathaniel Carter é sempre um desprazer voltar a cruzar o seu caminho. — Cruza os braços na defensiva. — Guardem a matança e as vossas rivalidades para depois, estou fazendo um favor a vocês!.— Alex diz intercalando o olhar entre nós dois. — Você só pode estar de sacanagem , Nathaniel, sério? — pergunta indignada. — Pelo menos em alguma coisa estamos em sintonia.— afirmo e ela revira os olhos, fazia tanto tempo que eu não via ela que até havia esquecido de suas manias com a lingua e o revirar de olhos — Se ela é a mulher que você arranjou, eu dispenso e peço aos dois que se retirem da minha sala. — Que vocês dois não se suportam e possuem um passado controverso todo mundo já está careca de saber, mas Alexa é a sua melhor opção e você sabe disso. — Reconsidero que nesse quesito ele possuí um ponto — E Alexa, se você realmente quer que sua família acredite que você é responsável comece por enfrentar o seu trauma. Ela parece ponderar por alguns segundos, seus olhos focados em algum canto distante de mim e eu dava tudo para poder partilhar dos seus pensamentos, Alexa nunca foi do tipo que sabe demostrar vulnerabilidade e esse simples facto mostra o quanto ela está mudada. — Olhem eu fiz o meu máximo, não se pode agradar Gregos e Troianos. Vistos que chegamos em um consenso vou voltar ao trabalho, tentem não se aniquilar. Ela abr um pequeno sorriso e finalmente seu corpo cede a tensão em seus ombros e ela solta uma ligada longa de ar antes de fazer uma espécie de toque com as mãos antes do Alex deixar a sala. A garota me encara como se eu fosse devorar ela e jogar ela para as profundezas do oceano, evitando contato assim que ficamos sozinhos. — Por favor, sente-se. Eu não vou morder você Oliver. — Aponto para as cadeiras em minha frente e ela atende caminhando com cautela. — Vai querer alguma coisa para beber? — Seu sangue em uma taça depois de um feitiço de oferenda serviria. — Solto uma risada leve achando seu sarcasmo o ápice da diversão. E eu que havia me esquecido que a cada 10 respostas dadas por ela, 9 estão cheias de sarcasmo que ela usa como uma espécie de escudo. — Continua a mesma garota de sempre. Diria que senti saudades mas seria mentira. — Se eu fosse a mesma nem colocava os pés nesse umbral, preferia ir direto pro inferno á ficar trancada em uma sala sozinha com você. — Pavio curto de sempre? — Olha eu não vi aqui para ficar relembrando o passado, se não vamos conversar e chegar a um consenso eu vou-me embora. — Certo foi inconveniência minha. Me conte porquê você estaria procurando um noivo de mentira? — Porque eu menti e agora minha família acha que estou grávida e sou irresponsável. Abro um sorriso incrédulo, quando eu acho que nada mais me surpreenderia, me aparece essa garota pronta para me provar que ainda não vi nada, Quem se casa por mentira? Bom, ela ainda é a mesma a mulher com os mesmos traços tóxicos da garota que era aos 18. — Esta rindo do que se você também está metido na mesma enroscada que eu ou pior? — A nossa diferença é que eu realmente preciso de uma esposa par manter as aparências e estou disposta a pagar qualquer valor que você estipular. — Proposta tentadora mais eu não vou aceitar nada sem saber onde estou me metendo. — Mudança isso é ótimo. — Abro a gaveta e retiro o contrato detalhado e coloco encima da mesa. — É bom saber que você está pensando antes de se aventurar de cabeça. Leve o tempo que precisar. — Não tenho mais 18. — Pega o contrato e começa folheando. — Porquê você não casa a Michele, seria menos trabalhoso sabia? — Não confio nela. — E confia em mim? — Você é um mal necessário. Ela faz uma pausa dramática e tira seus olhos do papel, sombrancelha arqueadas e suas pupilas extremamente dilatadas. — Nem a Barbie está qualificada para ser sua esposa. — Ela fecha o contrato e j**a encima da mesa. — Isso é um absurdo. — Absurdo ou não, você aceita, pagarei muito bem. — Você vai ter que refazer esse contrato, eu que não vou virar sua marioneta. E nem tudo na vida é sobre dinheiro. — Quais são os seus termos? — Se vamos ficar um ano casados, quero que adicione nesse contrato uma cláusula de fidelidade, sem nenhum caso extraconjugal. — Isso não será possível, está pensando que eu vou transar com você? A minha cláusula deixou bem explícito que não haverá nenhum tipo de envolvimento sexual entre os envolvidos, para evitar que a outra parte nesse caso se você aceitar se apaixone. — Deus me livre eu me casar com você por amor. — Ela faz o sinal da cruz — E continuando, iremos nos casar no civil e na igreja, com toda minha família presente. — Você está pedindo demais Oliver, eu quero algo pequeno que não chame atenção, não iremos nos casar em igreja porra nenhuma. — Okay. Boa sorte encontrando outra noiva em menos de 1 mês. — Ela pega sua pasta e se prepara para sair. — Merda. — Praguejo vendo que ela não está blefando. — Você ganhou, será do seu jeito, agora volte aqui e vamos logo acabar com isso. — Você não é tão burro assim. — sorri voltando a se sentar. — Recapitulando, teremos um casamento monogâmico, sem relações sexuais durante o tempo que permaneceremos juntos, casaremos na igreja. — Qual é o seu preço. — Eu faria por caridade mesmo mas já que você insiste. 2 milhões. — Razoável mas você não vale somente 2 milhões. — Aumenta mais 1 milhão aí então, senhor milionário. — Enviarei o contrato já redigido para você assim que estiver pronto. LM— Foi muito bom fazer negócios com você Carter. Te espero na casa dos meus pais na próxima segunda-feira, para anunciarmos o nosso casamento, você passa a me buscar! — E combinamos isso quando? — Estou avisando. As flores favoritas de minha mãe são lírios, e meu pai adora um bom uísque Não se esqueça. — Ela se levanta coloca sua bolsa em seu ombro e sopra um beijo dando as costas indo em direção a porta — Antes que eu esqueça, compre algo para minha sobrinha e minha irmã te odeia mais que eu. Observo em silêncio ela saindo às últimas coisas que ela disse repetindo em minha mente como prioridade, os pais dela eu não conhecia mas sua irmã essa eu conhecia — Maldição — praguejo não conseguindo tirá-la da minha cabeça e seu cheiro ficou marcado em todo canto até mesmo em minha pele — Parabéns papai, o senhor conseguiu a nora que tanto queria. Acho que meu pai nunca chegou a conhecer Alexa pessoalmente, pelo menos não por mim, mas ele vivia dizia que ela era uma garota incrível, o que me levou a acreditar que o Alex apresentou os dois. Me lembro de um dia ele brincar dizendo que eu ainda me casaria com aquela garota, que existia uma linha tênue entre o amor e o odio. E parece que mais uma vez ele foi um vidente. Mas entre amar e odia ela eu não sentia nada, os dois eram sentimentos tão intensos e Alexa só é capaz de me tirar do sério.