CAPÍTULO BÔNUS - LORENZO
Já era noite quando o silêncio finalmente tomou conta do quarto. A iluminação baixa do abajur lançava sombras suaves pelas paredes, e foi só então que me permiti parar por um segundo inteiro. Lilian dormia na minha cama, encolhida de lado, como se o próprio corpo tentasse ocupar menos espaço no mundo. Os cabelos escuros espalhados pelo travesseiro, a respiração irregular, ainda marcada por sobressaltos invisíveis.
Ela parecia frágil demais para carregar tudo o que carregava.
Eu estava na sala interna do hotel, sentado em uma poltrona que custava mais do que muitos carros populares, com um copo de uísque intocado na mão. Newton andava de um lado para o outro, inquieto. Amir estava encostado na parede, braços cruzados, expressão dura, prática. Os dois me encaravam como se eu tivesse enlouquecido.
— Então… — Newton quebrou o silêncio, coçando a nuca. — O que você vai fazer com essa garota?
A pergunta ecoou mais forte do que deveria.
— Eu não sei — respondi c