O riacho serpenteava suavemente pela paisagem, como uma fita de prata líquida escorrendo entre pedras cobertas de musgo e raízes retorcidas que se projetavam das margens. A vegetação densa ao redor criava um abraço natural, protegendo aquele pequeno paraíso do resto do mundo. As folhas balançavam preguiçosas ao toque da brisa, e a luz do entardecer filtrava-se entre as árvores, pintando o cenário com pinceladas de dourado, laranja queimado e lilás. Era como se alguém tivesse pegado um pedaço de céu e dissolvido na água.
O som do riacho encontrando as pedras formava uma melodia serena e constante. Um sussurro de paz, uma promessa de alívio. E havia um perfume... o perfume da natureza crua: mato amassado, terra molhada, flores silvestres abertas demais pelo calor do dia.
Lila parou bem na beira da margem, com os braços cruzados à frente do peito, o vestido branco esvoaçando ao redor das coxas. Estava descalça, os dedos dos pés afundavam na terra úmida, e a brisa da tarde começava a esfr