A luz do sol invadia o quarto pelas frestas da janela, projetando faixas douradas sobre o chão de madeira e sobre a colcha clara da cama. O cheiro do campo, uma mistura de terra molhada, lenha queimada e grama fresca, se misturava ao ar levemente frio da manhã, como um convite preguiçoso para o novo dia.
Lila despertou devagar.
Primeiro veio a pulsação latejante nas têmporas, depois o peso na testa e a sensação de boca seca como papel. Gemeu, tentando abrir os olhos, mas a luz parecia intensa demais, agressiva demais. Afundou o rosto no travesseiro e respirou fundo, buscando ar.
O mundo girava levemente. Uma ressaca infernal fazia seu corpo protestar por cada gole da maldita cachaça artesanal de Dona Severina que ousou beber na noite anterio