O som dos cascos dos cavalos reverberava no terreiro poeirento, como um tambor marcando o compasso da tarde que começava a declinar. O céu acima se pintava de um azul profundo, entrecortado por nuvens esparsas que flutuavam preguiçosas. O ar era morno, carregado do perfume de terra seca, da flor, do mato e das folhas que dançavam preguiçosamente nos galhos das árvores altas em volta da varanda da casa de Dona Severina.
Lila ainda estava ali, sentada à mesa de madeira gasta, com a xícara de café já morno entre os dedos, como se o calor do líquido pudesse distraí-la do turbilhão de pensamentos que martelavam sua mente. Estava absorta, mas não tanto a ponto de ignorar o som conhecido que se aproximava.
O galope cadenciado, firme, imponente.