A porta da casa rangeu suavemente quando Catarina a empurrou com familiaridade. O cheiro acolhedor que escapou dali foi como um abraço invisível. Uma mistura de café fresco, canela, broa de milho recém-saída do forno e… lavanda. Tudo impregnado nos móveis antigos, nas cortinas de renda e nas paredes pintadas de branco-gelo.
No instante seguinte, um vulto surgiu da cozinha, limpando as mãos em um pano florido amarrado na cintura.
— Catarina, minha flor! — exclamou Dona Severina, abrindo os braços com o mesmo entusiasmo de quem vê uma filha voltar de viagem.
Severina era uma mulher de estatura baixa, mas com uma presença que preenchia o cômodo inteiro. Os cabelos, presos num coque despenteado, tinham mechas gris