O quarto estava mergulhado numa penumbra que parecia ter peso, uma penumbra espessa, quase tátil, como se pudesse ser tocada. A única luz vinha filtrada pelas frestas da janela, projetando filetes prateados sobre o chão de madeira e sobre a colcha clara. Lá fora, a noite guardava um silêncio profundo, quebrado apenas pelo coro distante dos grilos e pelo sussurro do vento se enroscando nas copas das árvores.
Ali dentro, porém, o silêncio tinha outra natureza. Era um silêncio vivo, carregado, elétrico. Um silêncio que ardia na pele e que podia se romper a qualquer instante.
Taylor tinha se afastado de Lila, agora estava sentado na beira da cama, inclinado para frente, com os cotovelos apoiados nas coxas. Os músculos dos braços e ombros estavam tensos, como cordas