Samira uma mãe solteira vê seu mundo desmoronar quando é injustamente acusada de um crime. Determinada a provar sua inocência, ela se vê envolvida com três homens diferentes. À medida que investiga o crime, percebe que a situação é mais complexa do que imaginava. Lawrence, encantado desde o primeiro encontro, entra em um triângulo amoroso com Samira. Lúcio, buscando justiça pelo assassinato cruel de sua mãe, também se vê atraído por ela. Enquanto isso, Carlos, um homem egoísta e machista, tenta seduzi-la mesmo depois de tê-la culpado pelo crime. Após ser libertada, Samira enfrenta novos desafios, incluindo o falecimento de sua avó, o desemprego e a responsabilidade de criar seu filho. Até onde ela seria capaz de ir para proteger seu filho? Por coincidência do destino, seu caminho se cruza novamente com os três homens, e ela se vê em meio a um turbilhão de sentimentos. Nessa jornada de luta e descobertas Samira descobre o amor, mas para isso ela precisa enfrentar suas provações e seguir em frente.
Ler maisO despertador tocou. Era hora de levantar.
Eram 6 horas da manhã, era realmente a hora de acordar. Acordar para mais um dia que me aguardava. Saí da cama num pulo. Era uma rotina puxada, de fato. Deixar tudo pronto para que minha avó não tivesse tanto trabalho. Afinal, ela já dava um duro em cuidar do Caleb por mim. Falando no Caleb, aquele pimpolho tinha que acordar para ir à escola. Enquanto preparava o café da manhã e boa parte do almoço para ajudar minha avó, percebi a figura do Caleb na soleira da porta da cozinha. — Bom dia, mãe. — Caleb falou, abafando a boca com um bocejo logo em seguida. — Bom dia, meu amor! — Me aproximei dele bagunçando seus cabelos loiros. — Corre pra o banho, senão vai se atrasar, hein! Ele me abraçou rapidamente e seguiu para o banheiro, que não ficava tão distante. Na verdade, nossa casa era, tecnicamente, uma "caixa de fosforo". Dois quartos muito pequenos. Mal cabia a cama e o nosso guarda-roupas, que por sinal, estava balançando. Eu preciso dar um jeito nos pés. Voltei a atenção à panela, que fervia um leite. Claramente não era suficiente para nós três, mas isso não era um problema para mim, eu já estava acostumada a me privar de coisas pela minha avó e pelo Caleb. Estava tudo bem, eu já estava adaptada àquela vida. Ser mãe solteira não era nada fácil, mas eu amava aquela correria. Sentia-me útil, tanto para mim quanto para o meu filho e a minha avó. Era por eles que eu me esforçava tanto. Meu filho, por ser meu próprio e único filho, e minha avó, por ser a única a me apoiar e estar do meu lado em todos os momentos. Falando nela! — Bom dia, minha flor! — Ela abriu aquele sorriso contagiante. — Já disse que não precisa se preocupar com o almoço, eu posso dar um jeito nisso. — Ela tomou a frente, tirando a colher da minha mão. — Vá se arrumar para o trabalho,você não pode se atrasar. — Mas vó... — Fiz um mini protesto, cruzando os braços, um protestoque não foi atendido por ela. — Quero ajudar, não posso deixar que a senhora tome conta de tudo. — Choraminguei na tentativa (falha) de persuadi-la. — Para o banheiro. Agora e sem protestos. — Ela gesticulou em direção ao banheiro e cruzou os braços quando viu que não saí do lugar. Ela veio em minha direção, cutucando a minha barriga. — Para, vó! — Gargalhei com a sensação de cocegas e corri para o quarto. Às 07h30 eu pegava a condução que me levaria o mais próximo dacasa da minha patroa. Dona Cecília também era um excelente apoio para mim, sobretudo porque foi ela que aceitou meu trabalho quando eu estava grávida. Embora não tenha aceitado que eu trabalhasse quando a barriga estava grande, ela me deixou trabalhar durante boa parte da gravidez e depois me aceitou sem julgar ou dar sermão. Cecília sempre foi uma excelente patroa, eu não estava com ela há quase 6 anos por outro motivo. Eu estava adentrando a casa de Cecília pela porta da área que dava acesso a cozinha às 7h59. Não antes de acenar para Jorge e Maria, jardineiro e lavadeira. Estranhei o fato de Maria estar na casa em plena segunda feira, ela só trabalha das quintas aos sábados, até às 12 horas. Não perguntei por que, é um tanto invasivo de minha parte levantar esse tipo de questão. Quando adentrei a cozinha,dona Cecília experimentava um café – que estava entregando o cheiro da esquina,praticamente. — A senhora é muito teimosa, não é? — Cruzei os braços de frente a elaa vendo sorrir com as bochechas rosadas e saudáveis. — Sabe que sempre tomo meu café cedo. Ah! E bom dia para a senhorita.— Ela sorriu experimentando o café e me encarando da cabeça aos pés. — Estámuito magra, Samira. Está tudo bem com você? — Ela perguntou e eu assenti com a cabeça. Na verdade, eu era magra, o peso máximo que já tive foi 51 kg. Atualmente, eu estava com 45. Pareço realmente desnutrida aos 22 anos e com peso de uma adolescente de 14, mas nunca me importei o bastante. — Sempre fui magrela, dona Cecília. Já estive um pouco mais gorda, na gestação do Caleb, mas depois voltei ao meu peso normal. E não fuja do assunto,sua teimosa. — Sorri tomando a frente do fogão. — Tá bem! — Ela rendeu-se com as mãos. — Não está mais aqui quem falou — Ela deu a volta no balcão para ficar de frente para mim, do outro lado dobalcão. —, quero dizer... Quem mexeu na sua cozinha. — Ela gargalhou. Tomei conta dos meus afazeres. Dona Cecília estava radiante. Seu filho viria almoçar na casa dela, isso realmente era motivo para festejar, visto que Lúcio era um homem muito fechado e amargurado. Há quase seis anos eu trabalhava aqui, antes mesmo de eu ter engravidado do Caleb, e se eu o tiver visto três vezes, foi muito. Logo ele tinha uma vida complicada, de acordo com a dona Cecília. Segundo ela, ele teve o azar de casar com a mulher errada. Ao oposto disto, tinha a pobre Marie. Ela era uma menina linda e educada e, sinceramente, nem parecia ser filha de Lúcio. Talvez eu esteja julgando errado, mas não sei. Para quem tinhasó a mãe viúva, ele a visitava bem pouco. Continua…3 MESES DEPOIS...Alguns meses haviam se passado, e muita coisa aconteceu nesse meio tempo. Aquele dia em especial recebi a visita inusitada do Lawrence. Era uma quarta feira as duas da tarde. As crianças brincavam no jardim enquanto eu me mantinha sentada no chão sobre a grama com a nossa pequena Luana.Ela estava a cada dia ficando enorme, e esse mês nos presenteou por finalmente engatinhar. Era difícil segura-la, ela preferia sempre estar no chão. A danadinha é super birrenta, saiu totalmente com meu temperamento.Lawrence se aproximou de mim sentando ao meu lado no chão sem dizer absolutamente nada. Seus olhos fixaram em Luana, enquanto a pobrezinha usava as mãos minúsculas para apoiar o peso do corpo.— Ela parece muito o Lúcio, mas também lembra você.— A voz de Lawrence parecia um pouco melancólica.O encarei de imediato percebendo uma expressão abatida. É verdade que eu me sentia de certa forma um pouco triste com o que houve, principalmente o desentendimento devido os seus sen
Eu sei que estava me saindo bem, isso foi o que percebi quando aquela manhã de sábado Marie aproximou-se de mim no jardim enquanto eu tentava colocar a pequena para dormir ao ar livre no carrinho sentindo aquela brisa e cheiro de flores. Era perfeito para a adaptação da bebê. Anne parecia diferente e um pouco calada demais, e isso me estranhou um pouco, mas me controlei pra não assusta-la fazendo perguntas exageradas sobre o assunto.— Você acha que a mamãe gosta de mim, Samira?— Anne me encarou logo que questionou, seus olhos pareciam pensativos.Soltei ar pela boca imediatamente com o susto. É eu não esperava que ela fosse me perguntar aquilo. Convenhamos eu detesto a mãe dela, mas a Anne não precisava saber disso.— Porque está perguntando isso meu bem?— Ela aproximou-se tocando a pequena no carrinho.— A mamãe nunca fez nada disso que você faz.Senti como um soco no estômago. Eu não queria causar esse tipo de sentimento na Anne, mas eu não podia evitar, eu sou dengosa demais com m
— Você sabe...— Pausei passando a virar meu corpo ficando a sua frente, segurando seu rosto.— Que eu também amo você, eu amo muito.— Lúcio esboçou aquele sorriso tão lindo e contagiante que sempre tinha a capacidade de curar os meus dias difíceis.— Quando eu conheci você, quando investiguei sobre você, quando nos encontramos por pura coincidência todas aquelas vezes. Eu me sentia surpreso, era sempre tão diferente. Você foi a mulher mais forte que conheci em toda a minha vida e todas aquelas vezes eu voltava impressionado ao perceber que eu nunca fui forte comparado a você.Minha boca formou um "O" em completo susto, como ele podia dizer tudo aquilo daquela forma.— O que você tá fazendo?— Cobri a boca ouvindo sua risada.— Eu sempre achei que era forte.— Ele deslizou os dedos por meu rosto novamente.— Mas eu nunca fui e tão pouco sei se serei um dia como você. Você me fez perceber que nada é capaz de nos derrubar se não decidirmos nos deixar cair. Vê sua luta, e sua força mesmo que
Lúcio disse cada palavra completamente de olhos vidrados aos meus olhos. Quando ficamos próximo e frente um ao outro ele me entregou a bebê.Eu não fui capaz de dizer nada só de sentir, eu sentia tudo, tudo que um ser humano é capaz de sentir. Eu sentia a euforia, a alegria, o amor, a emoção. Era um turbilhão de sensações. Lúcio me abraçou logo em seguida beijando minha testa.— Ela é tão linda que é difícil de acreditar ser real. — Disse ao tocar suas mãos coberta com luvas. — Porque ela está tão empacotada dessa forma?— Perguntei ao observar que ela estava com luvas, meias, sapatos, chapéu e a manta ao seu redor.— Ela é muito frágil meu amor, precisamos ter muito cuidado principalmente em questão de higienização. — Lúcio abraçou meu corpo por trás encarando a bebê. E foi algo incrível de vê, ela o encarava ela sorria.— Como ela ficou tão apegada a você? Olha a cara dela pra você. — Sorri engolindo os restos de lágrimas. — Meu amor ela é tão linda.— Ela tem os seus olhos, e esses
Três meses depois...— Caleb, por favor, você poderia deixar de tanto correr?— Eu chamei sua atenção recebendo uma carranca nada animada. — Não adianta fazer essa careta, pelo amor de Deus, você só sabe andar correndo?— Retirei os brinquedos jogados pela sala sentindo-me levemente tonta ao levantar o corpo de uma vez.Equilibrei o corpo puxando a respiração enquanto mantive o foco em objetos da sala. Marie me socorreu rapidamente ao parar ao meu lado segurando meu braço.— Está tudo bem?— Marie me encarou aparentemente preocupada.— Não se preocupa. — A confortei. — Estou bem, só não posso erguer assim de uma vez, perco o equilíbrio com facilidade.— Quer que eu avise o papai? Posso ligar para ele.— Ela fez missão de sair da sala. Impedi rapidamente.— Ei, não, tá tudo bem. Não quero que o deixe preocupado por bobagem.— Voltei retirar os restantes dos brinquedos.Marie me ajudou na tarefa aproveitando para retirar todos os que estavam no chão, evitando assim que eu tivesse que abaixar
Lúcio limpou meu rosto logo em seguida.— Sim, é uma menina, uma linda menina. Muito pequenina e de uma força impressionante, eu diria que ela não é sua filha mais sim seu clone. Fiquei tocada e quanto mais ouvia falar mais lagrimas eu sentia escorrer. — Ela é um milagre Samira, seis meses e com quase menos de um kilo, do tamanho de uma bonequinha. Fico emocionado quando a observo tão cheia de vida, mesmo que distante.Aquela notícia era tão especial, não só o fato de saber que ela estava bem e viva, mas também pela descoberta do sexo que tanto eu quanto o Lúcio optamos por sermos surpreendidos.— Onde ela está? Preciso vê-la Lúcio. — Pedi entre soluços.— Tenho uma ótima noticia, nós já podemos visita-la, podemos vê-la hoje. — Ele disse de sorriso largo. Puxei Lúcio imediatamente o abraçando em seguida. Mas lembrei-me de uma coisa que estava martelando em minha cabeça.— Porque disse quatro filhos?— O afastei encarando-o.— Porque não vamos parar no primeiro, eu ainda quero um me
Último capítulo