Sob o mesmo teto
A chuva começou como um sussurro, gotas miúdas que batiam suavemente na telha da casa de caça.
Mas em questão de minutos, a tempestade se intensificou, transformando-se em uma torrente de água que tamborilava com força sobre o telhado.
O vento uivava pelas frestas das janelas, fazendo a madeira ranger e as chamas do fogão a lenha dançarem com um brilho instável.
Letícia estava no cercadinho de Laura, tentando improvisar brincadeiras para a pequena, quando percebeu que a água já estava começando a invadir pequenas poças na varanda.
— Parece que a chuva resolveu nos forçar a ficar dentro de casa. Comentou Henry, passando pelo corredor com uma expressão que misturava humor e cautela.
Ela olhou para ele, enxugando a testa suada e sentindo o calor subir ao rosto.
— Não me diga que você vai me deixar sozinha nesse caos? Perguntou, com um toque de provocação.
— Sozinha? Jamais! Respondeu ele, a voz carregada de ironia.
— Mas acho que teremos que compartilhar o mesmo tet