Pietro
Eu nunca fui o tipo de homem que pede conselhos. Sempre confiei em mim mesmo, no meu instinto. E, honestamente, na maior parte da minha vida, isso foi suficiente. Eu dominava salas de reunião, manipulava situações e pessoas ao meu redor com uma precisão cirúrgica. Mas quando se tratava de Irina Luzhin, eu estava fora do meu elemento.
A manhã tinha sido um misto de esperança e frustração. Depois do café da manhã, achei que tivesse dado um passo à frente, mas o olhar dela — sempre desconfiado, sempre avaliando — me dizia que a estrada seria longa. Eu sabia que conquistar sua confiança não seria fácil. E, pela primeira vez, eu não queria nada fácil. Queria algo real.
Foi por isso que, naquela tarde, enquanto olhava para a tela do computador sem realmente ver os números à minha frente, resolvi fazer algo que raramente fazia: liguei para minha mãe.
— Pietro? — A voz dela veio carregada de surpresa. Não era pra menos. Eu raramente ligava para ela.
— É, sou eu — respondi, tentando soa