Daniel Luzhin
— Não é o que parece.
Foi a única coisa que eu consegui dizer no meio daquela maldita confusão.
Irina estava parada na porta do escritório, com os braços cruzados, e aquele olhar que fazia qualquer um se sentir um merda. Valentina, por outro lado, ainda tentava se recompor, puxando o vestido de volta ao lugar, os cabelos bagunçados denunciando exatamente o que estávamos fazendo segundos antes.
— Ah, não? — Irina arqueou a sobrancelha. — Então o que era, Daniel? Alguma espécie de exercício de fisioterapia avançado?
Fiquei em silêncio. Porque, sejamos honestos, não tinha explicação que fizesse sentido. Não tinha justificativa que apagasse a imagem de mim, com metade da camisa aberta, e Valentina praticamente sem vestido.
Eu estava fodido.
— Valentina, pode sair — Irina ordenou, sem tirar os olhos de mim.
Valentina hesitou por um segundo. Óbvio que ela odiava receber ordens, ainda mais depois da situação em que ela se encontrava. Mas, no fim, ela obedeceu.
Antes de sair, me