Irina
Se havia algo que eu sabia fazer bem, era manter as aparências. Nascida e criada no seio da alta sociedade russa, eu dominava a arte de sorrir quando queria gritar e de me portar como uma rainha, mesmo quando me sentia encurralada. Mas naquela noite, algo estava diferente. Algo em Pietro Kuhn havia mudado, e eu não sabia como lidar com isso.
Desde o momento em que ele me entregou aquelas flores, percebi uma suavidade que eu não esperava. Pietro, sempre tão arrogante e confiante, parecia estar tentando de verdade. E, por mais que eu quisesse manter minha guarda levantada, não pude deixar de me sentir tocada.
O evento beneficente era como qualquer outro: lotado de pessoas ricas que fingiam se importar, sorrisos falsos e conversas vazias sobre filantropia. Eu estava acostumada a esses ambientes, mas sempre os odiei. No entanto, naquela noite, Pietro estava ao meu lado, e isso tornava tudo mais suportável.
— Então, você realmente gosta disso? — ele perguntou, inclinando-se levemente