O som das correntes arrastando no mármore ecoava pelo corredor.
Elena observou Luca ser puxado para dentro de seu novo quarto – não uma cela, mas algo pior. Um aposento adjacente ao dela, com uma cama de campanha e algemas embutidas na parede. — Bem-vindo ao teu novo lar — ela disse, passando os dedos pela mesa onde um chicote e uma coleira de prata estavam dispostos como presentes perversos. Luca levantou o rosto marcado, os olhos injetados de ódio e humilhação. — Isto é ilegal. Elena riu, ajustando o decote do seu vestido vermelho – o mesmo que usara no jantar dos mafiosos. — Nada é ilegal quando se é propriedade dos Moretti. Do lado de fora, os guardas cruzaram os braços. Vittorio permitira que Elena supervisionasse o "treinamento" do prisioneiro, mas sob três regras: 1. Nunca ficar sozinha com ele 2. Tocar sempre na arma escondida no tornozelo 3. Reportar cada palavra suspeita Elena pegou a coleira, balançando-a diante do rosto de Luca. — Regra número um— sussurrou, fechando o coldre de prata em seu pescoço com um click audível. — Isto nunca sai. Nem para dormir. O metal brilhou sob a luz, gravado com uma única palavra: ELENA. O primeiro dia começou com sangue. — Café — Elena ordenou, apontando para a bandeja deixada pelos criados. Luca hesitou, suas mãos – ainda marcadas pelo arame farpado – tremendo levemente. — Eu não sou teu criado. Elena cruzou as pernas, deixando a saia subir o suficiente para ele ver a pistola na sua coxa. — Não. És menos que isso. Quando ele finalmente serviu o líquido negro, derrubando metade no pires, ela pegou a xícara e virou-a lentamente sobre sua cabeça. — Assim se serve um Moretti — corrigiu, enquanto o café queimante escorria por seu rosto. — Com respeito. Luca gritou, tentando limpar os olhos ardendo, mas Elena pisou em sua mão com o salto agulha. — Outra regra — sussurrou, inclinando-se até que seus lábios quase tocassem sua orelha. — Nunca levantes a voz para mim. A porta abrindo interrompeu a cena. Vittorio entrou, impecável em seu terno azul-marinho, avaliando a cena com um olhar impassível. — Problemas, piccolina? Elena sorriu, alisando a coleira de Luca como quem acaricia um cão rebelde. — Nenhum que eu não possa lidar. Vittorio prendeu o queixo de Luca, forçando-o a encará-lo. — Ela é misericordiosa. Eu não seria. Quando saiu, deixando para trás o cheiro de bergamota e perigo, Luca cuspiu no chão. — Vocês dois são doentes. Elena pegou o chicote da mesa. — Vamos ver quem adoece primeiro. O sol estava alto quando Elena levou Luca ao pátio interno – um jardim murado onde Vittorio executara inimigos em noites de lua cheia. — Tira a camisa — ordenou, desenrolando o chicote de couro. Luca travou. — Não. Elena não discutiu. Apenas acionou um botão no seu relógio – o presente de Vittorio naquela manhã. Dois guardas surgiram, imobilizando Luca contra o poste de mármore no centro do jardim. — Dez chicotadas — anunciou, testando o som do couro no ar. — Por insubordinação. A primeira golpe fez Luca gritar. A segunda arrancou sangue. Mas foi na quinta que algo mudou. — Por favor — ele gemeu, as costas já uma teia de vergões vermelhos. Elena parou, a ponta do chicote manchada de escarlate. — Por favor, o quê? Luca respirou fundo, os olhos cheios de lágrimas de dor. — Por favor, Signora Moretti. Elena sorriu, passando o dedo em uma das feridas antes de levar o sangue à boca. — Bom menino. O jantar foi servido na varanda oeste, com vista para os vinhedos da propriedade. Luca – agora vestido com um túnica preta de servo – servia o vinho com as mãos enfaixadas. Vittorio observava tudo com um misto de orgulho e posse, seus olhos escuros brilhando cada vez que Elena dava uma ordem. — Gostas de vê-lo sofrer — murmurou ele, enquanto Luca se ajoelhava para recolher seu guardanapo caído. Elena bebeu um gole de Barolo, deixando o líquido rubi pintar seus lábios. — Gosto de vê-lo aprender. Quando a sobremesa foi servida – tiramisu com framboesas frescas – Vittorio pegou uma fruta e levou-a aos lábios de Elena. — Abre — ordenou, suave como um tiro silenciado. Elena obedeceu, prendendo seu pulso com os dentes por um segundo a mais que o necessário. Vittorio soltou um rosnado, puxando-a para seu colo. — Tens sido má hoje — sussurrou, sua mão descendo para apertar sua coxa. — Precisas de disciplina? Elena riu, baixinho, só para ele ouvir. — Preciso de ti dentro de mim. Luca, ainda de joelhos ao lado da mesa, engoliu em seco. Vittorio não perdeu o detalhe. — Parece que nosso convidado quer participar — comentou, beliscando o mamilo de Elena através do vestido. Elena virou-se para Luca, vendo o ódio e a vergonha em seus olhos. — Oh, não — corrigiu, levantando-se e puxando Vittorio pela gravata. — Ele vai assistir. O quarto estava iluminado por velas quando Vittorio empurrou Elena contra os vitrais, rasgando sua roupa como papel. — Não moves um músculo — ordenou a Luca, algemado a uma cadeira no canto. — A menos que queiras perder as mãos. Elena arqueou as costas quando Vittorio mordeu seus seios, marcando-a de novo. Suas mãos agarravam as cortinas pesadas, os vitrais gelados contra suas costas nuas. — Diz o que queres— Vittorio ordenou, apertando sua garganta. Elena olhou diretamente para Luca quando respondeu: — Fode-me como o animal que és. Foi o suficiente. Vittorio virou-a de frente para o vidro, penetrando-a com um único empurrão brutal. Cada movimento era calculado para mostrar dominação – suas mãos marcando os quadris dela, seus dentes no ombro, sua voz rouca sussurrando obscenidades. Elena viu o reflexo de Luca na janela – seu rosto contorcido de nojo e... excitação — Ele está de pau duro — ela riu, entre gemidos. Vittorio segurou seu queixo, forçando-a a olhar para o prisioneiro. — Gostas de ver outro homem me desejar o que só eu posso ter? Elena respondeu cavalgando-o com mais força, até os vitrais tremerem. — Gosto de saber que sou tua Quando o orgasmo a atingiu, foi com a força de um furacão. Vittorio segurou-a pelos cabelos, observando cada espasmo antes de gozar dentro dela com um rosnado. Luca tinha os olhos fechados, sua respiração ofegante. Vittorio aproximou-se, ainda dentro de Elena, e cuspiu no colo do filho. — Limpa. E naquele momento, sob as velas tremeluzentes, Luca Moretti obedeceu.