3

O colar de ouro pesava como uma coleira.

Elena olhou para o próprio reflexo no espelho do banheiro, os dedos tremendo ao tocar as iniciais V.M. gravadas no pingente de diamantes. A noite anterior voltou em flashes quentes — as mãos de Vittorio em seu corpo, a dor e o prazer misturados, a maneira como ele a obrigou a gritar seu nome.

Ela esfregou a pele ainda sensível das nádegas, onde as marcas do cinto persistiam. Não era suposto ser assim. Ela deveria odiá-lo. Então por que seu corpo ainda ardia por ele?

Um batido na porta a fez pular.

— Tem cinco minutos para se vestir — a voz de Vittorio ecoou do outro lado, autoritária. — Ou eu entro aí e te visto pessoalmente.

Elena engoliu seco. Ele não estava blefando.

A roupa que ele escolheu para ela era um insulto calculado.

O vestido preto colava em cada curva, o decote tão profundo que seus seios quase escapavam. Quando ela apareceu na porta do quarto, Vittorio estava esperando, trajando um terno impecável, os olhos escuros percorrendo-a como se já a estivesse despindo.

— Melhor — ele murmurou, puxando-a pelo colar. — Você aprende rápido.

Elena resistiu ao impulso de encolher-se.

— Onde estamos indo?

Ele sorriu, o tipo de sorriso que fazia vítimas confessarem crimes antes mesmo da tortura começar.

— Para provar ao mundo que você é minha.

O carro preto levou-os a um restaurante fechado, onde homens de ternos caros e olhos mortos os aguardavam. Elena reconheceu alguns rostos — membros de famílias rivais, todos com contas a acertar com Vittorio.

— Fique ao meu lado — ele ordenou, apertando sua cintura com possessividade. — E não fale a menos que eu permita.

O jantar foi um jogo de xadrez sangrento disfarçado de cortesia. Os olhares cobiçosos que os outros homens lançavam a Elena eram tão óbvios que ela sentiu o braço de Vittorio endurecer ao redor dela.

— Moretti, você sempre teve bom gosto — disse um dos homens, um russo com cicatrizes nas mãos. — Mas não sabia que compartilhava.

O silêncio caiu como uma lâmina.

Vittorio ergueu lentamente o copo de vinho, os olhos fixos no homem.

— Tente tocar no que é meu, — ele sussurrou, — e eu enviarei suas mãos para sua esposa em uma caixa de presente.

A ameaça pairou no ar. Elena sentiu algo estranho no peito — proteção? Não, era mais profundo. Era posse, e a parte mais perturbadora era que ela gostava disso.

Na volta para a mansão, Vittorio estava tenso, os dedos batendo no joelho em um ritmo irritado.

— Você gostou da atenção? — ele perguntou de repente, a voz áspera.

Elena virou-se para ele, surpresa.

— O quê?

— Você ouviu. Aquele filho da puta olhando para você como se quisesse te devorar. — Sua mão agarrou sua coxa com força. — Você ficou molhada?

Elena sentiu o rosto queimar.

— Você é insuportável!

Ele puxou-a bruscamente para seu colo, fazendo-a sentar sobre sua ereção já evidente.

— Responde.

Elena cerrou os dentes, mas seu corpo traiu-a, esfregando-se involuntariamente contra ele. Vittorio soltou um rosnado de satisfação.

— Sabia que você era uma putinha — ele murmurou, mordendo seu pescoço. — Adora ser cobiçada.

O carro ainda estava em movimento quando ele desceu o zíper do vestido dela, expondo seus seios ao motorista pelo retrovisor.

— Vittorio! — ela protestou, tentando cobrir-se.

— Ninguém olha para você além de mim — ele declarou, beliscando seus mamilos até doerem. — Nunca.

Quando seus dedos encontraram sua calcinha encharcada, Elena gemeu, odiando-se por precisar dele.

Ela esperava ser jogada na cama ao chegarem em casa. Em vez disso, Vittorio a levou para um aposento secreto — uma sala com paredes de aço e uma única cadeira no centro.

— O que é isso? — ela perguntou, o coração acelerado.

Ele não respondeu. Apenas tirou o casaco e enrolou as mangas da camisa, revelando tatuagens que contavam uma história de violência.

— Sente-se.

Quando ela hesitou, dois guardas a seguraram pelos braços, forçando-a na cadeira. Vittorio pegou uma agulha esterilizada e uma pequena máquina de tatuar.

— Você já usa meu colar — ele disse, aproximando-se. — Agora vai carregar minha marca na pele.

Elena lutou, mas era inútil. Ele puxou sua coxa para cima, fixando-a com um olhar que não admitia recusa.

— Um "V" bem aqui — sussurrou, passando o dedo no local. — Para que nunca esqueça a quem pertence.

A primeira picada da agulha fez ela gritar. Vittorio segurou seu queixo, obrigando-a a olhar em seus olhos.

— A dor é parte do prazer, piccolina — ele rosnou, continuando seu trabalho. — Aceite isso.

Elena chorou, mas não de arrependimento.

Era a sensação de ser marcada para sempre.

Mais tarde, na cama dele, com a coxa ainda latejando, Elena perguntou o que mais ninguém ousaria:

— Por que você me quer tanto?

Vittorio, que estava de costas para ela olhando a cidade pela janela, virou-se devagar. A luz da lua cortava seu rosto em ângulos sombrios, fazendo-o parecer mais predador do que nunca.

— Porque você não tem medo de mim — ele respondeu, como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. — E isso... isso é raro.

Antes que ela pudesse responder, ele a puxou para outro beijo devorador.

E naquela noite, pela primeira vez, Elena beijou-o de volta.

O beijo foi uma declaração de guerra.

Elena mordeu o lábio inferior de Vittorio até sentir o gosto metálico do sangue na língua. Ele riu contra sua boca, uma vibração selvagem que fez seu útero contrair.

— Sempre lutando— ele rosnou, arrancando o vestido preto com um puxão.

O tecido rasgou como papel, expondo seu corpo já marcado por ele — as mordidas roxas no pescoço, as impressões digitais nas coxas, o "V" fresco da tatuagem latejando em sua pele. Vittorio apreciou o trabalho como um artista diante de sua obra-prima.

— Deita. De bruços.

Elena hesitou.

— Não...

Ele não repetiu. Apenas empurrou-a com uma mão no peito, fazendo-a cair na cama. Antes que pudesse reagir, suas mãos apertaram seus pulsos contra o colchão.

— Você acha que tem escolha? — sussurrou, os lábios percorrendo sua espinha.

Elena arqueou as costas quando ele mordeu a curva de sua nádega, exatamente onde as marcas do cinto ainda estavam sensíveis.

— Pare!

— Mentira — ele respondeu, alisando a marca de dentes com a língua. — Seu corpo me pertence mais que sua boca.

E então, ele provou.

Vittorio virou-a como um brinquedo, seus joelhos abrindo as pernas dela com força.

— Olha para mim — ordenou, enquanto os dedos desciam até sua virilha.

Elena tentou fechar as coxas, mas ele bateu nelas com força, fazendo-a gritar.

— Eu disse para olhar.

Quando ela finalmente obedeceu, viu algo em seus olhos que a deixou sem fôlego — fome crua. Não era apenas sobre sexo ou poder. Era algo mais profundo, quase... primitivo.

Seus dedos encontraram seu clitóris inchado, esfregando com pressão calculada.

— Você está encharcada — ele observou, levando os dedos à boca para prová-la. — Por mim. Só por mim.

Elena gemeu, odiando como seu corpo respondia.

— Eu te odeio...

— Outra mentira.

Ele a penetrou com dois dedos de uma vez, sem aviso. Elena gritou, os músculos se contraindo em volta dele. Vittorio curvou-se sobre ela, seus dentes arreganhados como os de um lobo.

— Quem te faz sentir assim?

Elena balançou a cabeça, os cabelos colados ao rosto suado.

Ele acrescentou um terceiro dedo, esticando-a até a dor se misturar ao prazer.

— Diga meu nome.

— Vittorio! — ela finalmente gritou, os quadris se movendo contra sua mão.

Ele sorriu, satisfeito, e substituiu os dedos pela língua.

Elena nunca tinha sido comida assim — como uma fruta madura sendo devorada até o caroço. Vittorio não deixava espaço para vergonha, segurando-a aberta enquanto sua língua explorava cada dobra, cada ponto sensível.

Quando o primeiro orgasmo a atingiu, ela tentou fugir, mas suas mãos nas coxas a mantiveram no lugar.

— Agora vem o segundo — ele anunciou, sem piedade.

Elena chorou quando a onda de prazer continuou, aumentando em vez de diminuir. Seu corpo tremia como uma folha no vento, completamente sob seu controle.

Foi só quando ela ficou tão sensível que não aguentava mais toque que ele parou, levantando-se para desabotoar o cinto.

— Assim é melhor — Vittorio murmurou, alisando seu membro rígido. — Você fica mais apertadinha depois de gozar.

Elena mal teve tempo de recuperar o fôlego antes que ele a penetrasse com um empurrão brutal.

Desta vez, não havia lentidão, nenhum cuidado. Vittorio fodeu-a como se quisesse deixar marcas por dentro também, cada embate fazendo a cabeceira bater contra a parede.

— Você é minha — ele rosnou, suas mãos apertando seus seios com força. — Minha esposa. Minha puta. Minha vida.

Elena prendeu as pernas em sua cintura, seus unhas arranhando suas costas. Não sabia mais onde terminava ela e começava ele.

Quando o orgasmo os atingiu, foi como ser atingida por um raio — Vittorio mordeu seu ombro para abafar seu próprio grito, enquanto jorravam dentro dela.

Por um momento, tudo ficou quieto.

Até ele sussurrar em seu ouvido:

— Amanhã, você conhecerá Giulia.

Elena congelou.

Giulia.

A mulher que Luca amava.

A mulher que estava grávida do filho dele.

Vittorio sorriu, beijando sua testa suada.

— Dorme, piccolina.

— A guerra só está começando.

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