A noite caía sobre Serra dos Riachos como um manto espesso, e a lua despontava em meio às nuvens com um brilho tímido, como se hesitasse em iluminar uma cidade prestes a explodir em verdades. Na casa dos Alencar, o ar parecia mais quieto do que de costume.
Camélia estava pronta.Vestia uma blusa de mangas largas, o cabelo solto caindo sobre os ombros, o rosto levemente pálido. Sabia que Kael viria. Eles não conseguiam mais ficar longe um do outro por muito tempo — o vínculo exigia proximidade, e quando tentavam se afastar... era como se o corpo doesse. Como se o próprio ar perdesse o ritmo.Kael chegou sem precisar bater. Gustavo atendeu a porta e, com um olhar rápido e cúmplice, apenas acenou com a cabeça. “Ela tá lá em cima”, disse. Não havia mais cerimônia entre eles — apenas compreensão.Quando Kael subiu, encontrou Camélia sentada na beira da cama, as mãos cruzadas sobre o ventre, os olhos baixos. Ela ergueu o olhar quando sentiu a presença d