A luz da manhã entrava preguiçosa pelas frestas da cortina do quarto de Kael, dançando na penumbra com um dourado tímido. O mundo ainda estava em silêncio, exceto pelo som tranquilo da respiração de Camélia, enroscada ao peito dele, os cabelos espalhados sobre o lençol.
Kael estava desperto.
Não sabia dizer há quanto tempo. Só sabia que não queria sair dali. O peso leve dela sobre ele, o calor da pele dela contra a sua... era como se o tempo tivesse encontrado descanso.
Ele passou os dedos pelas costas dela, devagar. Sentiu a pele arrepiar sob o toque, mas ela não se mexeu. Dormia profundamente — talvez pela primeira vez em dias. O vínculo os unia de forma mais poderosa a cada noite, e o corpo dela, mesmo sem querer, começava a contar histórias que a mente ainda não ousava aceitar.
Havia algo diferente ali.
Algo crescendo.
Ele não sabia o quê — ainda. Mas sentia.
Beijou o topo da cabeça dela e sussurrou baixo:
— Vou voltar antes do almoço. Prometo.
Camélia apenas resmungou algo incomp