Surpresa com o que acabava de ouvir, Marta arregalou os olhos, como se tivesse sido atingida por um raio em pleno peito.
— O que você está dizendo, menina? — perguntou, quase sem fôlego.
— É a verdade, mãe — respondeu Luana, com a voz baixa e trêmula. — Eu percebi que aquele homem me olhava muito no avião. E... por mais errado que pareça agora, eu gostei da atenção. Me senti vista. E acabei provocando-o. Eu só queria… me distrair do que havia acontecido na fazenda e pensei que tudo aquilo acabaria assim que eu descesse do avião. No entanto, nunca imaginei que um senhor como ele fosse perigoso.
Fez uma pausa, como se reviver cada detalhe fosse um peso enorme.
— Eu não sabia que ele conhecia a tia Liana, não sabia de nada. Quando desembarquei, eu não o vi mais e continuei o meu caminho até que notei que ele começou a me seguir. No começo, achei que foi pelas minhas invertidas no voo… mas logo ficou claro que não era. Ele veio atrás de mim, mãe. Me seguiu, me encurralou. E quando tentei