Quando Elisa entrou no quarto, deu de cara com a mãe sentada em frente ao espelho, calmamente fazendo uma enorme trança no cabelo, como se tivesse todo o tempo do mundo.
— Mãe, pelo amor de Deus! Vamos para o hospital agora mesmo! — disse, quase arrancando a escova da mão dela.
— Já estou indo, filha… — Denise respondeu tranquila, puxando mais uma mecha. — Só deixa eu terminar essa trança.
— Meu Deus, como a senhora consegue ter tanta calma numa hora dessas? — perguntou, quase pulando de aflição.
— Já não basta o seu pai desesperado? — ela brincou, arqueando a sobrancelha. — Alguém precisa manter a compostura.
— Compostura? A senhora está prestes a ter dois filhos, não é hora de se preocupar com penteado!
— Filha, não quero chegar descabelada na maternidade, quero estar digna — disse, rindo.
Elisa levou a mão à testa, sem acreditar.
— Eu devia gravar isso para mostrar para a Eloá.
— Pode gravar, mas rápido, porque essa trança é artística e não se faz correndo — Denise respondeu, prend