— Boa noite — ela respondeu, esforçando-se para não pensar demais na situação em que estava.
Em seguida, um silêncio denso tomou conta do quarto, como se cada som tivesse sido sugado para dentro de si. Tudo o que ela conseguia ouvir era o próprio coração, batendo alto e descompassado, como se quisesse denunciar a confusão que sentia por dentro.
— Já dormiu? — A voz grave de Gael rompeu o silêncio, ecoando pelo quarto.
— Ainda não — ela respondeu, virando levemente o rosto em sua direção.
Mesmo com o breu envolvendo o ambiente, Eloá sentiu a aproximação dele, como se o calor do corpo dele preenchesse o espaço entre eles.
— Obrigado por tirar esse tempo para mim. Estou muito feliz por isso.
— Eu que agradeço por aparecer aqui. Meus dias têm sido extremamente solitários.
— Sabe no que eu estou pensando? — ele perguntou, com um tom de voz quase cúmplice.
— No quê? — murmurou, tentando manter a naturalidade.
— Se o seu pai nos visse aqui agora, ele com certeza pensaria tudo errado… e me ma