Quando Henri estacionou o carro em frente à casa de Eloá, ela permaneceu sentada ali por alguns segundos, com as mãos no colo, imóvel.
— Está tudo bem? — ele perguntou, lançando um olhar preocupado.
— Não, não está — respondeu, sem rodeios.
— Você não precisa ficar nervosa — ele tentou acalmá-la. — Seus pais vão estar mais calmos agora. Eles vão te entender.
— Não é isso o que está me perturbando agora — ela revelou, com a voz mais baixa.
— Então… o que é?
Ela virou o rosto em sua direção e o observou por alguns segundos silenciosos. Aos seus olhos, Henri parecia o homem perfeito. Desde muito tempo, havia criado um mundo no qual os dois se encaixavam. Idealizava um romance com ele com tanta intensidade que, imaginar ir embora sem sequer ter tido a chance de tocar os lábios dele uma única vez… doía. Uma dor muda, que se misturava com revolta e frustração. Era como se estivesse perdendo algo que nunca chegou a ter.
— Henri… — começou, hesitante, buscando coragem entre as palavras.
— O q