LARA
Minha cabeça repousa sobre o peito dele.
O ritmo do coração de Dorian ainda está acelerado, embora o silêncio do quarto tente fingir que tudo está calmo. Não está. Não pra mim. E, de algum modo, acho que nem pra ele. Ainda há fogo demais debaixo da pele.
Mas agora ele arde diferente. Não machuca. Não assusta. Aquece.
Sinto os dedos dele acariciarem meu ombro, fazendo círculos preguiçosos. Seu toque é leve, quase ausente, mas está ali — como se precisasse me manter por perto mesmo depois de tudo.
Estou deitada sobre ele, o corpo inteiro encaixado como se tivesse sido moldado para esse exato lugar. A pele colada, o lençol puxado até a cintura, nossos pés entrelaçados lá embaixo. Nada parece ameaçador. Pela primeira vez em muito tempo, tudo parece... simples.
Ele respira fundo.
— Está viva aí? — pergunta, a voz ainda rouca de exaustão.
— Quase — respondo, com um sorriso contra sua pele. — Acho que você tirou meu ar.
— Esse era o plano.
Dou um tapinha de leve no seu peito. Ele finge