DORIAN
Ela está debaixo de mim.
Ou talvez seja eu que esteja sob ela — sob o peso do que significa tê-la assim, entregue, viva, real.
Ainda estou dentro dela.
O corpo quente, apertado, envolvente. É um encaixe que transcende o físico. Algo que parece ter sido escrito antes mesmo de existirmos. Como se os deuses, ao moldarem nossos corpos, tivessem decidido que seríamos lar um do outro — mesmo que demorássemos a entender isso.
Minha testa repousa contra a dela. A respiração pesada. Os corações descompassados. E eu tento conter o que pulsa demais em mim.
Mas é impossível.
Lara me cerca por inteiro. Com o olhar, com as mãos, com as pernas enlaçadas em minha cintura. Ela me acolhe com o corpo e me atravessa com a alma.
Cada movimento que faço dentro dela é uma súplica e uma resposta.
Ela geme baixo, o som rouco, entre prazer e abandono. E eu preciso me conter para não me desfazer ali mesmo.
Minhas mãos seguram seus quadris, depois sobem por suas costelas, descendo outra vez. Eu me movo de