LARA
A mansão está silenciosa demais.
Não o silêncio de paz, mas o da ausência. Aquele que preenche os espaços com dúvidas, que ecoa mais alto do que qualquer palavra dita.
Não vi Dorian sair. Não deixou bilhete. Não mandou mensagem. Não disse nada.
Depois de tudo que jogou na minha cara mais cedo, esperava mais. Ou talvez menos. Um gesto. Um lembrete da máscara que devo vestir. Mas não. Ele saiu como se eu não existisse. E, de certa forma, talvez seja isso mesmo que ele queira me lembrar: que, na balança dele, eu peso menos que um contrato.
A manhã avança devagar, como se zombasse da urgência do meu coração. Há sol, mas não há calor. Nem dentro. Nem fora.
Almoço sozinha. Depois de terminar, subo até meu quarto. A vontade de voltar para a cama é imensa. Mas o orgulho fala mais alto.
Tomo um longo banho de banheira após nosso tenso café da manhã. Depois, quando me sinto forte o suficiente, ligo para a minha mãe.
Ela não sabe do meu acordo com Dorian. Ela pensa que nos reencontramos e r