Mundo ficciónIniciar sesiónKate Langley não derramou uma única lágrima quando Grayson Maxwell desapareceu depois de sua noite de núpcias. Tampouco o fez sete anos depois, quando ele voltou, pedindo para que ela cuidasse do caso de divórcio... da amante dele. Longe de se abalar, deslizou outro documento sobre a mesa e atirou: — Assina aqui. Sua felicidade com ela não me importa nem um pouco. Mas Grayson não era o tipo de homem que aceitava ordens sem mais, e sua resposta foi tão inesperada quanto cruel: — Vou fazer... só se você passar uma noite comigo. Kate o odiou por essa proposta, e se odiou ainda mais por aceitar. O que não imaginava era que, após essa noite, Grayson não desapareceria novamente. Ao contrário, começou a invadir cada cantinho de sua vida, como se o tempo não tivesse passado, como se tudo entre eles nunca tivesse terminado. — Estamos divorciados, maldição! O que mais você quer de mim? — gritou, encurralada entre a parede e os braços dele. Grayson sorriu, aproximando-se até roçar os lábios dela. — Quero recuperar tudo o que é meu... Começando por você, Kate. Mas quando seu filho adoece, Kate se encontra entre a cruz e a caldeirinha, onde a única saída é o homem que havia jurado manter longe de seu coração. Obrigada a pedir sua ajuda, terá que revelar o segredo que havia guardado todos esses anos: a verdadeira razão pela qual ele nunca deveria ter voltado. E quando está prestes a alcançar a felicidade, seu mundo desmorona ao descobrir que tudo o que acreditou até agora não passa de uma mentira.
Leer másO quarto estava em penumbra, iluminado apenas pela luz morna da luminária de dragão junto à cama. A colcha branca cobria Kate e Oliver, que estavam deitados e abraçados um no outro. Kate acariciava o cabelo dele com movimentos suaves e repetitivos, sentindo como pouco a pouco o corpinho do filho ia relaxando. Ainda tinha o coração meio acelerado, como se não conseguisse se livrar totalmente do medo que sentira horas antes.— Me promete uma coisa, meu amor? — sussurrou.Oliver ergueu a cabeça, olhando-a com aqueles olhos grandes que ainda brilhavam úmidos pelas lágrimas do dia.— O quê?— Que não vai fugir nunca mais da escola. Nem de nenhum outro lugar. Me assustou muito, Oli... muito mesmo.O menino mordeu o lábio e baixou o olhar.— Desculpa, mamãe...Kate o pegou pelo queixo e o fez olhá-la de novo.— Não estou brava, só preciso que me prometa que não vai fazer de novo.O menino assentiu e a abraçou com mais força.— Prometo.Kate sorriu, ao ouvir sua promessa e o beijou
Kate subia as escadas quase sem sentir os degraus sob os pés. O coração batia descontrolado, as mãos tremiam enquanto segurava com força o corrimão. Aisling tinha ligado alguns minutos antes e dado a notícia:"Kate... Oliver está aqui. Está a salvo."Não disse mais, não precisou. Kate largou tudo, atravessou a cidade como uma rajada e agora corria pelos corredores como se cada segundo pudesse arrancar o filho dela de novo. Nem tocou na porta, empurrou e entrou como um vendaval.Oliver estava no sofá, com as perninhas juntas e os olhos baixos. Mas assim que a viu entrar, se levantou de um pulo. Kate deixou a bolsa cair no chão e abriu os braços.— Mamãe! — gritou, correndo para ela.Kate caiu de joelhos e Oliver se lançou para ela, abraçando-a e escondendo o rosto no pescoço.— Meu amor... — sussurrou Kate, tremendo enquanto o abraçava com desespero— . Me deixou tão assustada... tão assustada...Suas mãos percorriam as costas, a cabeça, os braços dele, como se precisasse ter cert
O carro mal parou na frente da delegacia e Kate já estava abrindo a porta. Nem esperou Ethan desligar o motor. Desceu de um pulo e correu para a entrada como se suas pernas pudessem ganhar do pânico que subia pela garganta.O coração batia com tanta força que custava ouvir os próprios passos. Entrou na delegacia como uma rajada, ignorando os olhares, ignorando tudo, até que a viu. A diretora da escola estava ali, parada junto a um oficial, com as mãos entrelaçadas e o rosto tenso.Kate se lançou para ela e cruzou seu rosto com um tapa.— Onde está meu filho? Onde está Oliver?! — gritou com uma voz que já não parecia dela, quebrada, desesperada, com os olhos completamente transbordando e já estava pronta para bater nela de novo.— Kate, Kate! — Ethan a segurou por trás antes que voltasse a bater, rodeando-lhe os braços com força— . Tem que se acalmar. Me escuta... tem que manter a calma.— Como quer que eu me acalme? Meu bebê está perdido! E só Deus sabe onde! — soluçou, virando o
Kate estava há mais de uma hora revisando documentos; tinha os olhos avermelhados de tanto ler, mas não ia parar. Não com esse julgamento na esquina. De repente, a porta do escritório se abriu sem aviso, levantou o olhar com aborrecimento, esperando ver sua assistente.Mas não era ela. Era Ethan.Kate o olhou só um segundo antes de largar a caneta com um leve clique sobre a escrivaninha.— O que está fazendo aqui, Ethan? Já conversamos. Vamos a julgamento... Ou seu cliente vai assinar sem problemas? — perguntou, sem se incomodar em disfarçar o gelo na voz.Ethan fechou a porta e largou a maleta numa cadeira sem dizer palavra. Nos olhos dele havia algo que a incomodou imediatamente, algo mais que negócios. Rodeou a escrivaninha, com passos firmes, e Kate mal teve tempo de se incorporar antes dele a segurar de súbito pela cintura e puxá-la para si.— Ethan, o que...Não conseguiu terminar, porque ele a beijou.Foi um beijo inesperado, desajeitado e carregado de urgência, como se q
Do interior do escritório, Sienna observava a cena pela janela de vidro. No início não entendia o que estava vendo e ficou imóvel, tentando processar, mas assim que os braços de Grayson rodearam o menino e seus dedos deslizaram por aquele cabelo loiro com tanta suavidade, seu corpo reagiu. Suas mãos se apertaram contra o vidro e uma pontada aguda de ciúmes subiu pelo peito.Algo não batia, e seu sexto sentido — esse que raramente se enganava— lhe dizia que esse menino não tinha mentido."É possível que Grayson tenha um filho e tenha me escondido?" pensou, com o estômago revirado. "Não. Não, isso não. Eu não pretendo criar pirralhos de outra. Crianças são chatas, barulhentas, malcriadas. Ocupam espaço. Exigem atenção. E o pior... é que te deixam invisível."Lá fora, Grayson separou com delicadeza o menino, baixou o olhar para ele e forçou um sorriso.— Cara, não esperava esse abraço... mas obrigado. Agora me diz, está perdido ou seu papai trabalha para mim?Oliver o olhou, mas não
Sienna saiu do elevador deixando atrás de si uma rajada de perfume caro, e seus saltos repicavam com impaciência sobre o mármore brilhante.Ia direto para o escritório de Grayson, mas foi impossível não notar o menino, que bloqueava sua passagem e olhava tudo como se nunca tivesse visto um prédio empresarial.E claro, no mundo dela, nenhuma criança tinha direito de estar num lugar desses.— Você o que está fazendo aqui? — soltou, cortante.Oliver a olhou sem medo. Sua mãe tinha ensinado que não podia se deixar intimidar por adultos ruins.E esta mulher era um adulto ruim.— Vou ver meu papai — respondeu tranquilo, quase indiferente.Sienna arqueou uma sobrancelha com desprezo.— Seu papai? Aqui? Menino, você se enganou de lugar, vai procurar ele na área da limpeza ou na cafeteria... com certeza é o zelador ou o garoto do café...Oliver respirou fundo e fechou suas mãozinhas.— Não. Meu papai é o chefe. O que assina seus cheques e provavelmente, também sua carta de demissão.





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