— Grayson? Sério que você achou que eu ia desperdiçar minha vida com um homem tão frio e chato? Espero que você encontre outra coitada! Uma que aguente sua personalidade de geladeira estragada!
O salão se encheu de risadas, algumas nervosas e outras descaradas.
— Que humilhação. — murmurou uma mulher com colar de pérolas.
— Sempre soube que esse noivado era uma farsa. — comentou outro.
Naquela noite, a família Langley não poupou despesas ao organizar a melhor festa de noivado de Londres. Tudo para anunciar com pompa e circunstância a "união perfeita" entre Katerina Langley e Grayson Maxwell.
O pai da noiva, Reginald Langley, um homem de porte imponente, havia tomado o microfone e falado com um sorriso ensaiado.
— Queridos amigos, família, aliados — começou. — Esta noite celebramos mais que um noivado. Celebramos a união de dois impérios. Chamo minha filha e seu noivo, Grayson Maxwell, para que me acompanhem.
Grayson havia deixado sua taça e caminhado em direção ao futuro sogro, que tolerava por uma única razão: os Langley haviam roubado algo dele. E esse casamento era sua forma de recuperá-lo... mesmo que isso significasse compartilhar o sobrenome com uma bonequinha de porcelana cabeça oca, como Katerina. Parou na borda do palco e esperou... mas começou a ficar tenso quando Katerina não apareceu e os murmúrios começaram.
Por outro lado, Mirabelle Langley, a matriarca da família, apertou o leque em sua mão.
— Onde diabos está essa menina? — sibilou entre os dentes, enquanto caminhava entre os convidados.
Os minutos se arrastaram e Reginald, irritado, estalou os dedos para um de seus seguranças, que assentiu e se afastou por um corredor lateral.
Então, uma das empregadas apareceu pálida e trêmula. Aproximou-se de Reginald e sussurrou algo em seu ouvido, fazendo com que seu rosto se transformasse numa máscara de fúria contida.
— Vejam o que está nas redes! — gritou de repente um convidado, erguendo seu telefone.
Todos tiraram os seus telefones. Em questão de segundos, o salão se encheu de luzes de telas, de ofegos, risadas contidas e expressões escandalizadas.
E Grayson Maxwell viveu a pior humilhação de seus 29 anos de vida.
Katerina, sua noiva, estava numa ilha tropical. Bronzeada, de biquíni e sendo infiel ao noivo com seu personal trainer, e havia postado um vídeo nas redes para humilhá-lo.
Grayson parou o vídeo e baixou lentamente o telefone, seu rosto estava inexpressivo. No entanto, por dentro, era lava contida, e Reginald, ao vê-lo, deu um passo à frente, tentando se desculpar.
— Isso... isso é um mal-entendido, senhor Maxwell... Garanto que minha filha...
— Um mal-entendido? — Grayson o interrompeu com um olhar perigoso. — Sua filha deixou bem claro o que pensa. E agora eu vou deixar algo igualmente claro.
Pegou uma taça de champanhe. Ergueu-a como se fosse brindar... e de repente, atirou-a contra a mesa. O estrondo do vidro sacudiu a todos.
— Vocês têm exatamente um dia — disse rispidamente. — Um dia para encontrar outra noiva que salve seu império financeiro patético, Langley. Senão, amanhã, quando a bolsa abrir, vou me certificar pessoalmente de que cada ação de sua empresa valha menos que o vidro quebrado desta taça. E acredite, — sorriu com malícia glacial, — tenho os meios e os contatos para transformar o sobrenome Langley em sinônimo de falência.
Quando terminou, virou-se e saiu, deixando para trás um silêncio desconfortável e dezenas de telefones ainda gravando.