Isadora
Saí de casa com o coração em ebulição, como se os meus passos fossem alimentado pelo combustível da raiva. A manhã mal tinha começado e já estava com a paciência em frangalhos. Dispensei Bart assim que o vi se aproximar, porque sei que cada movimento meu é relatado a Sebastian, e hoje eu simplesmente não tinha estômago para isso. Deixei apenas Kaisen ao meu lado, o segurança que fala pouco e faz exatamente o que se espera dele: garantir que eu não fique vulnerável.
Quando chego à empresa, ainda sem ter tomado café da manhã, mal coloco os pés na entrada e uma mulher se aproxima. Alta, elegante, segura de si. Seu português é limpo, mas percebo o sotaque inglês que escapa em algumas palavras, como se ela tivesse treinado muito até soar quase natural. Os olhos claros me encaram com uma mistura de ansiedade e firmeza.
— Isadora Riveira Montenegro? — pergunta, num tom que me soa quase íntimo.
Confirmo, desconfiada, e antes que eu tenha tempo de perguntar quem ela é, ela m