Isadora
Chego em casa já no fim da tarde, cansada de fingir normalidade no escritório, como se minha vida não estivesse se despedaçando por dentro. Vou direto para o quarto de Enrico, porque nada me acalma mais do que vê-lo dormir, tão sereno, dentro do seu mundo infantil e seguro. Ele está deitado de lado, o cobertor puxado até a cintura, os cílios longos descansando sobre a pele macia. Sento-me na poltrona ao lado, observando sua respiração ritmada, e sinto a tensão dos ombros aliviar só um pouco.
Percebo então o que já vinha desconfiando: Sebastian viajou, mas reforçou a segurança. Há homens novos posicionados nos arredores da casa, e até mesmo Bart ficou. Isso não é comum. Sebastian não deixaria Bart, a não ser que estivesse realmente preocupado. E eu me pergunto: com o quê? Ele está ficando paranoico, vendo fantasmas em cada esquina? Ou descobriu algo sério e decidiu não compartilhar comigo?
Minha cabeça tenta, mais uma vez, juntar as peças soltas desse quebra-cabeça. O h