Isadora
O corredor parece se alongar diante de mim, como se a cada passo a tensão se multiplicasse. A sombra se aproxima, e quando finalmente se revela, sinto minhas pernas quase cederem. É apenas um funcionário da empresa, assustado com a movimentação noturna.
— Eu… eu achei estranha essa movimentação toda aqui tão tarde — ele explica, nervoso, segurando algo nas mãos. — Não vi ninguém, mas encontrei isso em outro andar.
Quando ele me estende o objeto, o coração dispara. Reconheço imediatamente: é o celular de Sebastian. Gelado, desligado, como se tivesse sido abandonado às pressas. Meus dedos tremem ao tocá-lo, e não consigo conter o sussurro desesperado.
— É dele… Meu Deus, é o celular dele.
Eduardo coloca a mão em meu ombro, tentando me manter de pé, mas a angústia me consome como uma onda que não dá trégua. Se Sebastian deixou o celular para trás, é porque algo muito errado aconteceu. Ele nunca desligaria, nunca me deixaria sem notícias por tanto tempo.
— Isadora,