A localização piscava no meu celular como uma batida errante, um ponto vermelho perdido em uma parte de uma cidade próxima que eu conhecia pouco — uma travessa discreta perto de um pub que, de longe, já parecia um daqueles lugares em que a noite tem mais sombras do que luzes. O carro de aplicativo me deixou na calçada oposta, e eu desci com o coração acelerado, tentando manter o foco no que importava: encontrar Sebastian.
Levei alguns segundos até vê-lo. Estava agachado ao lado do prédio, encostado em uma mureta de concreto com a cabeça baixa e os cotovelos apoiados nos joelhos. O terno desalinhado, a gravata frouxa, o cabelo um pouco bagunçado. Parecia um homem fora do próprio corpo. Um executivo arrancado de um salão elegante e deixado ali, como um equívoco da noite.
Me aproximei com passos rápidos, mas sem fazer alarde.
— Sebastian? — chamei, abaixando um pouco o tom de voz. — O que você tá fazendo aqui?
Ele ergueu o rosto com lentidão, como se meu nome demorasse a se enc