Isadora
Acordar não foi um processo simples. Era como se minha mente estivesse nadando contra uma maré pesada, toda tentativa de abrir os olhos sendo vencida por um peso invisível. Quando finalmente consegui, a claridade era quase nula, apenas um fiapo de luz escorrendo de algum ponto que eu não identificava. O teto baixo e sufocante denunciava que eu não estava em nenhum lugar familiar.
Levei alguns segundos até perceber a pressão em meus pulsos. As mãos estavam presas, amarradas com força, a corda mordendo minha pele cada vez que eu tentava mover os dedos. Minhas pernas também, presas de um jeito que eu mal conseguia arrastar os joelhos no chão. Um pânico frio começou a me percorrer antes mesmo que eu entendesse o que tinha acontecido.
Virei o rosto com esforço, tentando procurar qualquer pista. Foi então que o vi: Kaisen, caído a poucos metros de mim. As mãos e os tornozelos dele também estavam amarrados, e o corpo parecia pesado, inerte. Ele ainda não tinha despertado. Meu