ISADORA
Quando a ligação conecta e o silêncio se rompe, sinto meu coração acelerar como se fosse explodir no peito. Do outro lado da linha, a voz de Rebeca soa firme, quase despreocupada:
— Isa.
Fecho os olhos, puxo o ar fundo e seguro a respiração por um instante, como quem prepara terreno antes de pisar em campo minado.
— Oi, Rebeca. Como estão as coisas por aí?
Ela responde com uma calma que me irrita.
— Tudo bem. Como sempre. — E noto que fala sem peso algum, como se nada tivesse mudado.
O nó na minha garganta cresce. Fica claro: ninguém contou a ela sobre o acidente de Sebastian.
— Então é verdade? — pergunto, tentando manter a voz estável. — Você vem morar no Brasil?
— Sim. Já avisei ao Sebastian. — Há um leve tom de triunfo, como se a informação fosse um segredo compartilhado apenas entre eles.
Fecho os olhos novamente, respiro fundo e decido cortar o ar com uma notícia que ela não espera.
— O nosso filho, Enrico, nasceu.
Do outro lado, silêncio. Longos s