O tempo entre a revelação e a forma como ela me atingiu foi quase poético. Um soco envolto em veludo. Noiva. A palavra ecoou dentro de mim como um insulto — e, ao mesmo tempo, como confirmação de tudo que eu vinha tentando não acreditar.
Não sei o que meu rosto entregou naquele instante, mas ela me olhou com mais atenção, como se percebesse, naquele segundo, que eu não era apenas uma funcionária ou uma amiga qualquer. Ela viu. Ela entendeu.
— E você é…?
Demorei a responder. Tinha tantas palavras atravessadas na garganta que qualquer coisa que saísse soaria errada.
— Isadora. Eu trabalho com ele. — foi tudo que consegui dizer. Curto. Impessoal. Seguro.
Ela assentiu devagar, com um sorriso educado que não chegou aos olhos.
— Obrigada por ter ficado com ele. — disse, e passou por mim, abrindo a porta do quarto de Sebastian como se ela tivesse esse direito. E talvez tivesse.
Fiquei ali, imóvel, ouvindo o som abafado da porta se fechando atrás dela. E, sozinha naquele corre