Isadora
As horas no hospital foram uma eternidade disfarçada de espera. O tempo parecia escorrer devagar, arrastando o som monótono dos passos pelos corredores, o cheiro de éter e o zunido distante das máquinas. Quando o médico finalmente saiu da sala de cirurgia e anunciou que Eduardo havia sobrevivido, foi como se o mundo tivesse respirado junto comigo.
— A cirurgia foi longa, mas bem-sucedida — disse o médico, com um tom clínico que tenta soar humano. — Ele perdeu muito sangue, mas reagiu bem. Está fora de perigo.
— Obrigado, doutor. — falei.
Sebastian assentiu, a expressão entre o alívio e o esgotamento. Eu apenas fechei os olhos e deixei o corpo relaxar pela primeira vez em horas. O susto ainda estava grudado na pele, mas a sensação de alívio foi tão intensa que quase me fez chorar.
Quando pudemos vê-lo, Eduardo estava pálido, imóvel na cama, os fios conectados aos monitores fazendo aquele bip ritmado que sempre soa mais alto do que deveria. Ele ainda estava sob efei