O silêncio no carro era diferente de qualquer outro que eu já tinha vivido. Não era o tipo de silêncio desconfortável, mas era pesado, carregado de algo que ainda estava sendo digerido por nós dois. Eu me ajeitei no banco, puxando a roupa de volta ao lugar, enquanto sentia a respiração ainda descompassada.
Sebastian apoiou os braços no volante e fechou os olhos por alguns segundos, como se estivesse tentando organizar os próprios pensamentos. Eu fiquei olhando para o perfil dele, a linha do maxilar tensa, a boca entreaberta. Era estranho pensar que, mesmo depois de tudo o que já tínhamos vivido juntos, ainda me sentia nervosa, quase como na primeira vez que o vi naquele elevador da BrTech.
— Você está bem? — ele perguntou, a voz mais baixa do que o normal, rouca.
Assenti, sentindo minhas próprias bochechas aquecerem.
— Estou. E você?
Ele riu de um jeito curto, um riso quase descrente.
— Não sei se consigo te responder isso agora.
— Por quê? — perguntei, tentando soar