No caminho de volta, o silêncio entre nós pesou um pouco, ficou carregado, como se cada palavra não dita pesasse no ar. As luzes da rua refletiam no vidro do carro, recortando o perfil de Sebastian enquanto ele mantinha as mãos firmes no volante, os olhos fixos na estrada. Eu, do meu lado, encarava a própria mão sobre o colo, sentindo os pensamentos rodarem numa velocidade absurda: a confusão com Rebeca, a criança, o passado dele, o meu próprio caos com Henrique. Mas, acima de tudo, eu sentia ele.
Quando chegamos à frente da casa da minha mãe, ele desligou o carro, mas não se moveu. Ficamos ali, presos no mesmo espaço, com algo que parecia maior do que nós dois, maior do que qualquer barreira ou medo.
— Obrigada por me trazer... — murmurei, quebrando o silêncio, mas minha voz parecia fraca, distante de tudo o que eu queria realmente dizer.
Ele me olhou, e naquele instante, senti meu coração tropeçar dentro do peito. O olhar de Sebastian tinha vulnerabilidade e desejo, como se