No horário combinado, Eliza estava lá.
No Porto, sozinha. Sem nenhum segurança, sem sua assistente. Apenas ela e isso dizia muito mais do que qualquer discurso.
Usava um sobretudo branco que ia até os joelhos, deixando apenas as pernas à mostra. Saltos prateados brilhavam sob a luz dos postes, e por um segundo eu perdi o fôlego. Mesmo coberta, ela irradiava algo que nenhuma mulher jamais teve: presença.
Me aproximei devagar, temendo que qualquer movimento impensado a fizesse virar as costas.
Seu perfume me invadiu antes que eu dissesse qualquer palavra. Flores brancas e algo amadeirado, quente. Meu corpo respondeu de imediato como sempre respondia a ela. Senti vontade de abraçá-la. De beijá-la. De pedir desculpas com a boca e com o toque.
Mas me controlei. Não era mais o homem que atropelava os momentos. Ou pelo menos tentava não ser.
Eliza fixou os olhos nos meus. Escuros, analíticos, firmes. Ela não disse nada por alguns segundos. Só me olhava — como quem decide se a presa ainda val