Amelie estava ali.
Érika atravessou o salão com passos firmes, a segurança de sempre estampada no queixo erguido, e ao seu lado estava Amelie. Não me surpreendi quando ela me ignorou por completo e foi direto à nossa mesa. Não que eu esperasse amizade ou cordialidade da minha ex-cunhada. Isso definitivamente não combinava com a Érika quando se tratava de mim. Ela havia transformado a mágoa em ódio há muito tempo, e isso já era um fato consumado.
Mas não era nela que meus olhos estavam presos. Era em Amelie.
A garota caminhava um pouco atrás, como se a presença da Érika fosse um escudo. Quando nossos olhares se cruzaram, percebi o instante em que ela vacilou. Um movimento quase imperceptível os cílios tremendo, o ar preso por um segundo. Ela desviou rápido, mas foi o bastante para eu notar.
Um estremecimento.
E naquele breve instante, uma pergunta se acendeu dentro de mim como uma lâmina: por que ela reagia assim à minha presença?
Sophie voltou o olhar para mim, e eu já não esco