Desliguei o telefone devagar, sentindo o peso da linha fria apertando minha mão. Cada segundo parecia ecoar dentro da minha cabeça, como se o mundo tivesse parado e só restasse a realidade crua da traição que eu acabara de descobrir.
— Eliza… — a voz de Mark ainda ecoava na memória, firme e carregada de cautela. — Tenha cuidado com essa informação. Não aja por impulso. Pense em cada passo.
Assenti sem dizer nada. Não era falta de respeito; era que, naquele momento, nenhuma palavra parecia suficiente para lidar com a fúria e a dor que me atravessavam.
Segurei o telefone ainda quente entre os dedos, respirando fundo, tentando organizar pensamentos que se recusavam a se alinhar. Minha irmã. Uma história inteira que me foi ocultada. Minha família… meu pai… tudo parecia desmoronar ao mesmo tempo.
— Cautela… — murmurei para mim mesma, a voz frágil, mas carregada de determinação. — Mas não posso simplesmente ignorar. Preciso descobrir tudo.
A dor na mão, os dias de tensão em Madrid, a d