A conferência de Madrid havia passado, os dias haviam se arrastado com o peso de semanas. Nathan, claro, havia feito o impossível: restituído a imagem pública da Walker, apagando rastros do escândalo que eu tão cuidadosamente havia preparado. O que deveria ter sido a ruína dele terminou como mais uma demonstração de força.
Mas não era isso que me corroía.
O que me deixava maluca era o silêncio. Ele não me procurou, não retaliou, não tentou contra-atacar. Apenas… me ignorou. Como se eu tivesse deixado de existir. Como se toda a guerra que travávamos tivesse perdido importância para ele. E essa indiferença doía mais que qualquer revanche.
O toque do telefone na minha mesa quebrou a espiral dos meus pensamentos. O número na tela me fez endireitar a postura: o detetive.
— Espero que esteja me ligando porque finalmente descobriu alguma coisa, e não porque não descobriu nada. — disparei, a impaciência transbordando na minha voz.
Do outro lado da linha, uma pausa curta, carregada.
— Te