O céu parecia desabar sobre a cidade naquela tarde. As nuvens carregadas não choravam chuva, choravam silêncio. Um silêncio espesso, pesado, impossível de atravessar sem sentir o peito apertado.
Dentro da velha casa dos pais de Helen, no calor de um lar que tentava acalmar a dor que ela carregava, algo novo e devastador se preparava para acontecer.
Helen recuou um passo, sentindo o coração batendo forte contra as costelas, como se tentasse escapar de dentro dela. Colocou a mão espalmada no peito de James, afastando-o com delicadeza.
Não foi um gesto ríspido, foi cheio de ternura, cheio de respeito, cheio da dor que ela não queria infligir.
James entendeu assim que olhou nos olhos dela, tão tristes, tão cheios de amor por outro, soube.
— Helen… — a voz dele saiu rouca, carregada de arrependimento — Me desculpa. Eu… não deveria ter feito isso, foi um impulso estúpido.
Helen sorriu, frágil, um sorriso tão quebradiço quanto o seu próprio coração.
— Não, James — disse, apertando a mão de