A noite estava serena.
A brisa morna atravessava a varanda com delicadeza, acariciando as cortinas como se quisesse embalar os últimos suspiros do dia. A casa já estava silenciosa. Os filhos haviam subido para seus quartos, alguns rindo, outros apenas exaustos. O som abafado de um filme ainda tocava na sala, mas o mundo parecia quieto, em paz. Um tipo de paz que não é silêncio, mas permanência.
Helen surgiu na varanda descalça, vestindo um moletom antigo que Ethan adorava, aquele com o tecido puído nas mangas, o mesmo que ela usava nas noites frias quando os filhos ainda eram pequenos. Em uma das mãos, segurava duas taças de vinho, na outra, a tranquilidade de quem já tinha vivido o suficiente para saber que o agora era mais precioso que qualquer promessa.