A noite caiu como uma sentença sem apelação.
O céu, carregado de nuvens pesadas, parecia esmagar a cidade com o seu peso. As luzes dos postes e letreiros piscavam como olhos cansados, indiferentes às tragédias que se desenrolavam entre os becos e avenidas.
E ali, perdido entre as sombras e a pressa apática dos transeuntes, andava Ethan Carter.
Não era mais o homem confiante, poderoso e invencível que tantos temiam e admiravam. Era apenas um corpo movido pelo desespero, arrastando-se pelas ruas como um condenado prestes a enfrentar sua própria execução.
O casaco batia contra as pernas com o vento frio, a camisa estava amarrotada. Os olhos vermelhos, cavados pela insônia, denunciavam a alma dilacerada. Cada passo doía. Cada respiração era uma batalha.
Ele queria fugir.
Fugir da lembrança daquele beijo.
Helen e James.
O amor da sua vida… nos braços de outro.
Não sabia como chegou ali. Só percebeu quando se viu diante de um pequeno bar de esquina, mal iluminado, com um letreiro em vermelh