— C-co... como, Ka... — balbucio, tentando formar uma frase, mas a minha mente está em colapso.
Não. Não pode ser. Isso não pode estar acontecendo.
— Foi Raaj quem atropelou Bennet — ele continua, mordendo os lábios, lutando para conter o choro. — E eu... eu estava com ele no carro, Kali. Eu estava lá quando tudo aconteceu.
— Are Baba! — exclamo, cobrindo a boca com a mão.
Meu corpo inteiro estremece. Cada memória, cada dúvida não respondida de anos atrás, agora começa a fazer sentido, e isso só torna tudo mais insuportável.
— Fui eu quem o convenceu a não prestar socorro — diz Kabir, a voz quase inaudível. — Ele estava sem carteira, havíamos bebido... E eu... eu não podia ter problemas com a polícia. Aarav começava a confiar em mim para liderar a empresa naquela época... — meus olhos se arregalam ainda mais — E depois disso, sem saber, eu ainda roubei a mulher e a filha dele.
— Kabir... — minha voz é um fio de ar, tão frágil que parece se desfazer antes de chegar até ele. Meus olhos