Katharine
O avião pousou em Moscou com suavidade, como se a própria cidade, coberta de neve, recebesse com reverência a passageira que descia da aeronave particular. Katharine Orlova, com seu casaco de pele branco, os saltos altos e os lábios vermelhos como sangue, pisou novamente na terra de que jurou fugir para sempre.
Mas aquele juramento havia morrido no instante em que ela viu o rosto de Maxin nas notícias.
Ele não estava morto. Não destruído.
Pelo contrário.
Estava prestes a se casar com outra.
E não era qualquer outra.
Era uma menina de dezoito anos. Órfã. Brasileira. Garçonete. Sem nome. Sem sangue.
Ela não iria permitir que este casamento acontece.
Katharine cerrava os dentes toda vez que ouvia o nome “Amélia” nos corredores das elites russas, nos jantares secretos dos velhos clãs mafiosos. A menina estava em todos os cochichos: “A nova noiva de Maxin Sokolov ”, “A protegida”, “A desconhecida que conquistou o chefe.”
Fica morrendo de raiva quando alguém dizia quando bela