Amélia
A luz suave do amanhecer filtrava-se pelas cortinas do quarto de hotel. Amélia acordou com a respiração dele em sua nuca, o braço de Maxin ainda repousado em sua cintura como uma corrente invisível. O corpo dela doía, não de dor, mas da intensidade da noite anterior. Cada marca deixada por ele parecia pulsar com um aviso: você é minha.
Mas Amélia não queria pertencer a ninguém.
Com cuidado, afastou-se do corpo dele, sentando-se na beira da cama. O coração batia forte. Ela olhou para trás. Maxin dormia, mas mesmo assim parecia alerta, como se pudesse sentir sua ausência a qualquer instante.
Vestiu suas roupas silenciosamente. Pegou os sapatos e a bolsa. Caminhou até a porta.
Mas não teve sorte.
— Aonde pensa que vai? — a voz grave dele a atingiu como um trovão.
Ela se virou devagar. Maxin estava sentado na cama, os olhos fixos nela. O olhar ainda carregava o desejo da noite anterior, mas também a sombra do controle que ele sempre exercia.
— Eu vou para o restaurante. Preciso tra