Amélia
Amélia tremia. Às vezes de frio, às vezes de medo — embora o clima estivesse quente naquela tarde abafada de verão. Sua barriga estava enorme, redonda e firme, deixando claro que o momento se aproximava. Qualquer movimento brusco fazia seu corpo inteiro protestar com dor. O bebê chutava com força, como se também sentisse a tensão que pairava sobre a mansão.
Maxim não saía de perto dela. Naquela última semana, ele cancelou reuniões, adiou compromissos, reforçou a segurança em torno da propriedade e mantinha o celular sempre no bolso, pronto para qualquer emergência. Ele sabia que o parto estava perto. Mas o que mais o assustava era outra coisa: Sergei ainda estava desaparecido.
Maxim decidiu não deixar Amélia sozinha nem um minuto, sempre com a arma no coldre, pronto para tudo.
Amélia, apesar da fragilidade física, tentava se manter mentalmente firme. Não queria passar medo para o filho que carregava. Mas as mãos trêmulas a traíam, assim como as lágrimas que escorriam de se