Amélia
O céu de Moscou amanhecia acinzentado quando Amélia entrou no carro, as malas no porta-malas e o coração apertado no peito. Não houve despedidas. Maxin não tentou impedi-la. Não houve súplicas, apenas o silêncio doloroso entre dois amantes feridos demais para encontrar palavras.
No reflexo da janela do carro, ela viu o vulto de Maxin parado na varanda da mansão, imóvel. Ele parecia uma estátua feita de gelo — duro por fora, derretendo por dentro. Mas nem isso foi o suficiente para fazê-la voltar atrás.
Ela precisava ir.
Precisava respirar longe de tudo. Longe do medo de ser filha de um irmão odiado. Longe da máfia, da culpa, da paixão sufocante. Precisava voltar a ser ela. A garota que sobreviveu ao inferno antes de conhecer Maxin.
A despedida de Laís foi triste sua amiga estava em prantos, Laís não queria que Amélia foi embora, mas a vontade de Laís não bastava, ela precisava que ele pedisse para ela ficar.
Mas Maxin permaneceu em silêncio destruindo seu coração.
O voo