Amélia
O quarto estava silencioso, banhado pela luz suave do amanhecer que invadia através das cortinas entreabertas. O ar ainda carregava o perfume do quarto luxuoso misturado ao cheiro de lençóis usados, de pele, suor e desejo.
Amélia acordou devagar.
Seu corpo doía em lugares desconhecidos, e o peso de um braço forte sobre sua cintura a manteve imóvel por alguns segundos. Sentiu a respiração quente no seu pescoço e o coração acelerou.
Maxin.
Ela se lembrava de tudo. Da forma como ele a olhou durante o jantar. Do toque suave que virou desejo, do beijo que queimava, dos suspiros entrecortados, do momento em que disse “sim” com o corpo inteiro. E agora, ali, deitada nos braços dele, sentia uma avalanche de emoções caindo sobre si.
Arrependimento. Medo. Confusão. E uma estranha paz.
Virou-se lentamente, observando o rosto dele. Maxin dormia, mas mesmo assim parecia tenso. Como se nunca descansasse por completo. Os cabelos escuros bagunçados, a barba por fazer. Ele parecia mais humano