O reconhecimento frio nos olhos do vigia do Consórcio foi como um interruptor sendo acionado no cérebro de Lara. O pânico, que ameaçava subir como uma maré, foi instantaneamente suprimido por uma clareza gelada, a mesma que Gabriel lhe ensinara a buscar em momentos de crise. Ela não demonstrou nada. Apenas se inclinou para Marina, como se fosse fazer um comentário sobre a obra de arte que estava sendo leiloada.
— Mari, fomos descobertas — ela sussurrou, a boca mal se movendo. — Não reaja. Apenas sorria e concorde com a cabeça.
Marina, cujo rosto começara a perder a cor, obedeceu, o sorriso em seus lábios uma máscara frágil de normalidade.
No fone de ouvido delas, a voz de Gabriel soou, desprovida de qualquer emoção, o que era mais assustador do que qualquer grito.
— Arquiteta, Sentinela, situação Ômega. Repito, Ômega. O plano de extração de emergência está ativado. O Executor está na casa. Vocês são o alvo.
A confirmação foi um soco no estômago. O leilão era uma farsa. Era a armadilha