As provas haviam sido enviadas. A jogada, feita. E então, o silêncio.
Para Gabriel, a espera após uma ação era uma velha conhecida, mas nunca fora assim. Antes, ele esperava sozinho, o resultado afetando apenas a ele. Agora, o silêncio na clínica veterinária era compartilhado, triplicado. Ele olhava para Lara, que se sentara em um canto, abraçando os diários da mãe como se fossem um escudo. Olhava para Marina, que tentava inutilmente organizar os suprimentos médicos da clínica, as mãos se movendo em uma busca desesperada por normalidade. O destino de todos eles estava agora nas mãos de um homem que Gabriel só vira através da mira de um rifle e da tela de um computador.
A noite se aprofundou. A cidade lá fora pulsava com uma vida da qual eles não faziam mais parte. Estavam em uma ilha, um refúgio com cheiro de desinfetante, aguardando o veredito de um rei em seu castelo.
Lara foi a primeira a quebrar o silêncio.
— O que você acha que ele vai fazer? — ela perguntou, a voz baixa, dirigid